A Startup Blockforce do Andre Salem, uma das nossas vozes aqui no Voicers, desenvolveu uma plataforma chamada Desviralize, usando blockchain para monitorar infectados pelo coronavírus
A Tecnologia (blockchain) mais conhecida através das criptomoedas, ainda gera muitas dúvidas e necessidade de informação, aqui no Brasil a Cryptohead.com.br é uma referência no tema.
Mas o blockchain vai além das criptomoedas e sua principal vocação é o anonimato das informações e pode ser usada para controlar o avanço da doença sem colocar em risco a privacidade.
Andre Salem é o fundador da Blockforce, startup de impacto social que tem experiência no uso do blockchain para ferramentas de monitoramento. A empresa já desenvolveu, por exemplo, um sistema de rastreamento para a indústria de alimentos.
"Blockchain para impacto social tem sido o foco da Blockforce.", afirma.
O blockchain permite que qualquer pessoa compartilhe seus dados de localização e de saúde sem que a outra ponta, seja o governo ou outros cidadãos, tenha acesso à sua identidade ou ao seu número de telefone. “O anonimato é garantido”, afirma. “O que buscamos é criar uma base de dados imutável, que possa ser cruzada com outras informações e, dessa forma, gerar informações úteis para a gestão da crise”.
Esse é um grande exemplo de como o uso da tecnologia pode ser neutra, e dependendo do humano por trás dela podemos ter “Comando & Controle”, como as soluções chinesas de monitoramento às custas da privacidade dos indivíduos ou “Conexão & Confiança” como essa solução que permite que qualquer pessoa compartilhe seus dados de localização e de saúde sem que a outra ponta, seja o governo ou outros cidadãos, tenha acesso à sua identidade ou ao seu número de telefone.
O Desviralize foi desenvolvido pela Blockforce e é uma plataforma online construída voluntariamente em rede, que oferece monitoramento local em tempo real sobre a evolução do COVID-19
Na plataforma Desviralize, o usuário deve informar seu número de celular e, em seguida, responder a um questionário sobre sua condição de saúde — se apresenta sintoma, se foi testado para o vírus, se teve contato com pessoas infectadas etc. Ao inserir as informações, o sistema cria um registro único, que contém apenas os dados de saúde e a localização. O blockchain garante a integridade das informações, ao mesmo tempo em que protege a identidade do cidadão.
O anonimato é garantido. O que buscam é criar uma base de dados imutável, que possa ser cruzada com outras informações e, dessa forma, gerar informações úteis para a gestão da crise.
A opção dos desenvolvedores foi por fazer um sistema web, acessado pelo navegador, e não um aplicativo. Salem explica que, com essa abordagem, a plataforma pode ser acessada de qualquer celular ou computador, mesmo em equipamentos com menor poder de processamento. Além disso, o compartilhamento da localização acontece apenas quando a pessoa acessa o sistema. “Num aplicativo, os dados são compartilhados o tempo todo, mesmo quando se esta fora da aplicação”, afirma.
O Desviralize conta com apoio do programa de startups do Google, do Instituto de Tecnologia Social e das startups Twilio e Moeda Seeds. “A plataforma apresenta uma abordagem muito interessante em aspectos importantes, tanto de privacidade quanto de transparência.”
Salem, que gastou duas semanas para desenvolver o sistema, agora busca novas parcerias para agregar mais dados à plataforma. “O objetivo é oferecer uma ferramenta que empodere a tomada de decisão local sobre a crise”, afirma. A plataforma já está funcionando e pode ser acessada no endereço desviralize.org. Atualmente, ela conta com mais de 3 mil pessoas cadastradas.