Como os dados estão transformando nossa vida? Conheça algumas áreas que estão mudando devido sua utilização.
Educação:
O livre fluxo de dados proporcionado pela internet tem sido grande aliado da educação. Hoje, por exemplo, qualquer estudante no país que disponha de um dispositivo móvel e de uma conexão razoável, pode ter acesso a programas educacionais dos mais diversos. São inúmeros os cursos online e aplicações, pagos ou gratuitos, oferecidos por empresas e instituições.
E os professores estão ganhando um mais novo e promissor aliado a partir da implementação da Inteligência Artificial e da Computação Cognitiva. Na medida em que avançam esses dispositivos móveis nas escolas, é possível aos professores ter maior base de dados para avaliar a performance dos alunos e as eventuais lacunas que precisa reforçar. Com a introdução da computação cognitiva, essa base de dados pode ser analisada de modo que os professores recebam insights para o desenvolvimento de um programa pedagógico individualizado e contínuo para cada estudante. Ou seja, com o auxílio dos dados torna-se possível não somente descrever e entender os contextos de aprendizado, mas também prever desafios e prescrever soluções antes que eles ocorram.
Esporte
As atividades esportivas de alto rendimento são tradicionalmente conhecidas pelas acirradas disputas que proporcionam. Nesse contexto, torna-se essencial a busca por diferenciais competitivos.
Com a utilização de dispositivos vestíveis, por exemplo, é possível a coleta de uma série de dados dos atletas, como deslocamento, velocidade, pressão arterial, gasto calórico, entre outras informações. Com eles, treinadores podem ter maior percepção do rendimento físico e técnico dos seus atletas de modo a adaptar e individualizar o treinamento de acordo com a necessidade.
Nas atividades em equipe, algoritmos analíticos são capazes de ajudar a entender a performance dos times e de seus adversários. Com softwares sofisticados, técnicos podem testar uma determinada tática contra uma equipe adversária específica e prever as chances de sucesso. Isso tudo ocorre em um ambiente virtual que simula as condições reais. Além de poupar os atletas, isso faz toda a diferença em esportes de alto impacto e/ou rendimento, nos quais errar uma vez pode significar o fracasso de anos de preparação.
E é também por meio dos dados que se busca modernizar os padrões de arbitragem esportiva. Câmeras em diversos ângulos, sensores nas bolas e nos atletas e softwares de modelagem também são usados para auxiliar os árbitros e reduzir as margens de erro.
Os dados também revolucionam a maneira pela qual os espectadores se relacionam com os esportes, times e atletas favoritos, também permitem que, no sentido inverso, atletas, treinadores, organizadores de eventos ou patrocinadores possam receber, em tempo real, inputs dos comentários feitos pelos espectadores para, assim, melhorar sua percepção e engajamento.
Finanças
Os brasileiros já se beneficiam dos avanços nas tecnologias de armazenamento e processamento de dados no setor financeiro há mais de duas décadas. Com um avanço espantoso na digitalização de suas operações, o setor financeiro vem dando passos largos no oferecimento de serviços por dispositivos móveis. Segundo informações da Febraban, os bancos brasileiros investiram, em 2014, cerca R$ 21,5 bilhões em TI, o que representa 18% do total de investimentos considerando-se todos os tipo de indústrias, valor que está próximo aos realizados por países como Estados Unidos e França. Desta forma, cada vez menos, as pessoas necessitam se deslocar às agências bancárias para usufruírem dos serviços financeiros no país.
A busca pela evolução dos mecanismos de segurança é contínua.. Em breve, em vez de usar o cartão de crédito e digitar uma senha, as pessoas poderão fazer compras apenas usando seu dispositivo móvel e tirando selfies.
Os dados são importantes aliados em outro campo importante do setor financeiro, que é o de prevenção de fraudes. Empresas, indivíduos e governos perdem anualmente bilhões de reais em decorrência de golpes financeiros. O Big Data e a análise desses dados em larga escala são ferramentas fundamentais para a prevenção e combate desses crimes. Os governos também têm se beneficiado da análise dos dados em larga escala para o combate à fraude e à sonegação fiscal.
Saúde
A área da saúde é um dos setores mais ricos em geração de dados que temos hoje. Os estabelecimentos do sistema de saúde produzem diariamente uma quantidade enorme de dados a partir do atendimento dos pacientes e usuários. A análise dos dados permite aos médicos maior rapidez na cura de doenças e melhor atendimento às pessoas, seja nos serviços público ou particular.
As iniciativas nessa área são inúmeras e estão avançando com velocidade espantosa. E são os dados e as novas tecnologias que tornam esta revolução possível.
Também assistimos a um avanço espantoso na produção de novos produtos vestíveis (wearables), equipados com sensores quase imperceptíveis. Relógios, tênis, adesivos e camisetas podem auxiliar na manutenção da saúde das pessoas. Os dispositivos, por exemplo, já colaboram na melhoria do bem-estar de pacientes com histórico de diabetes, problemas cardíacos e mal de Alzheimer. Ao combinarem dados coletados em tempo real pelos dispositivos vestíveis com dados do histórico do paciente, os softwares analíticos ajudam a prever, com algumas horas de antecedência, se um paciente terá uma parada cardíaca ou uma crise diabética. São dados e equipamentos que salvam vidas, devolvem a confiança e promovem uma rotina mais saudável e equilibrada.
Meio Ambiente
A tendência de crescimento da população global e do consumo de recursos tem acendido o sinal amarelo para a necessidade de ampliar a preocupação global com o meio ambiente.
Em busca de um uso racional da energia elétrica na iluminação pública, por exemplo, sensores podem monitorar as vias públicas em tempo real e reduzir o nível de iluminação, caso a rua não tenha automóveis nem pessoas circulando. Empresas e governos também estão coletando e analisando dados para melhorar a eficiência da rede de distribuição de energia e evitar perdas. Consumidores também dispõem de medidores de energia inteligentes para monitorar os pontos e horários de maior consumo a fim de otimizar o uso.
Na busca por maior economia de água, existem sensores que monitoram a condição das plantas e dos solos das áreas de parques, jardins e plantações para, com o auxílio de irrigadores inteligentes, dispersar água, considerando-se a necessidade de cada área. Esses sistemas trabalham conjuntamente com dados pluviométricos e climáticos, de modo a também prever a disponibilidade futura de água para as áreas monitoradas. Assim, com o auxílio dos dados, é possível garantir o máximo de eficiência na gestão dos recursos hídricos.
Dados são utilizados no combate à poluição. Cidades já dispõem de sistemas baseados em sensores e dados coletados por satélites para monitorar a qualidade do ar e reduzir a emissão de CO2 nas zonas de maior índice de poluição. Com o auxílio de sensores nas plantações, produtores agrícolas diminuem substancialmente a quantidade de agrotóxicos, que passam a ser aplicados apenas nas áreas onde as pragas foram identificadas, reduzindo a dispersão nos solos e lençóis freáticos.
Mobilidade Urbana
O uso da coleta e análise dos dados nos colocam no caminho de um futuro mais inteligente, inclusive na área de transportes e mobilidade urbana. A avaliação de dados em tempo real, seja nas ruas, rodovias, ferrovias ou trajetos aéreos, está permitindo a criação de sistemas de transportes mais sofisticados que são capazes de aprimorar a movimentação de mercadorias e pessoas com maior eficiência, segurança e economia de recursos.
Na aviação não é diferente. Uma companhia aérea pode gerar, na atualidade, até meio terabyte de dados por voo, a partir de sensores espalhados pela aeronave. Essas informações são utilizadas para melhorar o desempenho do avião, reduzir turbulências, aprimorar os protocolos de segurança e identificar defeitos em motores. Além disso, eles também auxiliam a melhorar o planejamento das rotas e a informar às equipes de manutenção quais são as peças que precisam de reposição antes mesmo de falharem.
Na busca por soluções, já existem cidades ao redor do mundo que implantaram sistemas inteligentes de tráfego para acompanhar a velocidade e o deslocamento de veículos em circulação ou presos em engarrafamentos. Adicionalmente, sensores também são usados nos veículos para conectá-los a sistemas capazes de controlar o intervalo de tempo dos semáforos e auxiliar na melhora do fluxo nas vias urbanas.
Essas tecnologias ajudam os gestores públicos a obter mais conhecimento das necessidades da população e das demandas por mobilidade urbana, seja no oferecimento de novos serviços de transporte ou na melhoria de vias e rotas.
Fonte: Brasil, País Digital