Futuristas sofremos de um problema de comunicação: percebemos a realidade em dimensões e possibilidades que já estão presentes, mas não são visíveis para a maioria.
Um dia fui dormir inconformada com esta dificuldade e sonhei com soluções para isso: a vida tem espelhos que nos ampliam percepção e possibilidades.
Autoconhecimento evidentemente é o primeiro deles, navegar por mundos internos é a raiz que nos dá asas para voar nos mundos externos. Relacionamentos o seguinte, já que o outro, que é diverso, espelha facetas de nós e do mundo que não conseguimos acessar sozinhos.
A tecnologia é o espelho seguinte: ela traduz e amplifica os potenciais de nossa natureza e da Natureza. O HD do computador e seus apps são metáforas de nossa memória e cultura como indivíduos. A nuvem de informação e suas ferramentas espelham o que são e como atuam a memória e a cultura coletiva.
E a arte é o último dos espelhos. Ela vem antes e nos permite experimentar através dos sentidos aquilo que ainda não existe, mas já está presente no desejo do coletivo.
O artista russo Kandisnky dizia que “A arte não é apenas filha de seu tempo, é também mãe de um tempo futuro”. Aliás, tecnologia (techné em grego) na origem quer dizer “arte, habilidade”.
Tecnologia e arte nos levam a experimentar novas dimensões e possibilidades através dos sentidos. E “Só o que é sentido, faz sentido” (esta á talvez a principal máxima de minha vida e trabalho).
Você tem nas mãos uma obra que cria futuros e faz sentido pois podemos senti-la simultaneamente com estes quatro espelhos da ampliação de consciência e realidade: autoconhecimento, relações, tecnologia e arte. Que são também campos onde Fábio Novo atua como sintetista, esta habilidade chave para o século XXI.
Os séculos anteriores foram da análise. Este é da síntese e são raros o que a alcançam através de vida e obra.
Em seu percurso Fábio integrou marketing, tecnologia digital, empreendedorismo, colaboração em rede, meditação, coaching, terapia e um profundo conhecimento das dimensões sutis e seu funcionamento. E traduz tudo isso em obras: umas mais técnicas como Holoplex (que me parece uma anatomia e fisiologia das múltiplas dimensões da consciência) outras onde a ficção (ou autobiografia?) é o caminho para vivenciar os conceitos por meio dos personagens, suas relações e conflitos.
Narrativas que são ao mesmo tempo agradáveis e úteis: para que o futuro se torne presente necessitamos repertório. Cada vez mais a ciência revela que no nível físico e biológico existe uma relação estreita entre nossa percepção e a realidade.
A biologia começa a compreender o que os mestres da tradição experimentavam através de suas práticas de ampliação de consciência e que a física quântica propõe.
Sabe aquela ideia de que ao olhar uma árvore o olho projeta para o cérebro a imagem, como se fosse uma lente, e aí compreendemos? Pois é… Não é assim que percebemos.
O neurocientista Anil Seth revela que o cérebro só reconhece o que já conhece. Quando recebe um estímulo eletromagnético ele busca e combina referências que melhor possam traduzi-lo. Portanto é necessário que o cérebro tenha repertório: como poderá reconhecer algo que não conhece?
Como podemos montar um objeto com Lego se não temos as pecinhas para combinar? Arte nos dá novas peças de Lego. É também o que fazem futuristas, como eu.
O psicólogo prêmio Nobel Daniel Kahneman fala do futuro como uma “memória antecipada”: mais uma vez revelando a necessidade de dar elementos, ingredientes, para que nossa consciência possa combinar, perceber e projetar.
Em Fractal você viaja entre tempos, espaços e dimensões. Sentindo junto com os personagens e suas relações tudo isso vai fazer sentido. Uma experiência criativa e absorvente, sem dúvida. Mas que além disso é necessária: vivemos a maior transição da história da humanidade e compreender o que acontece e como reagir é tão desafiador quanto urgente.
Fábio, além de sintetista, faz parte do grupo de transicionistas, aqueles que contribuem para acelerar e apontar caminhos para a transição de modelos que vivemos. Vida pessoal e coletiva, organização política e economia tudo está mudando.
O papel da tecnologia já está claro neste mundo em rede, e portanto, exponencial. Mas a tecnologia em si é meio, não é fim.
Fábio traz um equilíbrio: a magia da tecnologia nos seduz e é a porta de entrada para o autoconhecimento e ampliação de consciência que são os alicerces desta transição.
Personagens e estória são construídos em layers, como num programa de edição de imagens, onde o desenho final vai se revelando pela sobreposição.
E se a vida for assim? E se existem de fato layers onde a informação sútil vai ganhando relevo e relevância à medida que se espelha em dimensões mais densas, tendo o tempo e o espaço como uma espécie de tela que nos permite sentir para encontrar sentido?
E se existem mensageiros do futuro que conhecem estes códigos e criam ferramentas ou obras para incorporar ao nosso cotidiano e linguagem estas dimensões ainda pouco navegadas e conhecidas?
E se estes mensageiros têm suas vidas entrelaçadas, em tempos passados e futuros, assumindo papéis diferentes, porém sempre com o mesmo objetivo de evolução coletiva?
E se a combinação do hard da tecnologia com o soft da colaboração fossem as polaridades que integradas pudessem alavancar esta transição?
E se tudo fosse possível, desde já, mas não damos o salto evolutivo por não acreditar na possibilidade? Ou por não percebermos que já há conhecimento, recursos e pessoas para fazer do mundo o que desejamos, para o bem de todos?
E se a angústia coletiva que vivemos fosse a angústia da parte que sabe que existe o todo mas ainda não o aceita e compreende? Angústia de Síndrome do Fractal, cada um de nós sentindo e sofrendo com o coletivo mas ainda sem os instrumentos da síntese para agir como coletivo?
E se ser um fractal fosse ao mesmo tempo o problema e a solução? Problema se não temos consciência, solução se agimos com plena potência – possível e acessível pois o fractal contém em si o padrão do todo?
E se o amor fosse o elemento que atravessa tempos e espaços, catalisador de potências e amalgama de novas realidades?
Embarque neste filme em forma de livro onde todos os “E se” se transformam em “Porque não?”. Narrativa extremamente visual que nos transporta em zoom in e zoom out pelas várias dimensões da vida.
“Toda evolução parece impossível até ser inevitável” poderia ser a adaptação para o século XXI da máxima revolucionária do século XX. A transição é inevitável. E possível, além de desejável.
A obra de Fábio Novo, em seus vários tempos e dimensões, sempre foi dedicada a ela.
Que este livro te inspire e guie. Atreva-se. Entregue-se. Desfrute o fluxo da mudança como uma onda a ser surfada.
E que o filme venha logo para que possamos experimentar Fractal com ainda mais sentidos.
E tudo fará sentido.
Lala Deheinzelin
Futurista e especialista em novas economias.
Sintetista, transicionista e artista.
Com Fábio em muitos tempos e dimensões.
FRACTAL, um terapeuta no futuro. Lançamento neste sábado, às 18hs, no Atma Pinheiros, rua Artur de Azevedo 1767 / 176. No menu meditação + talks futuristas + celebração. É só chegar.