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Dia do Futuro. A Escola que não Emociona.

Texto de Isadora Azzalin

O evento ‘O futuro que se aprende na escola’ aconteceu no Inovabra no dia 1º de março (btw dia 1º de março é o dia mundial do futuro, sabia?), e foi realizado pelo time da Tech the Future: Rosa Alegria, futurista profissional, cofounder e diretora da Teach the Future Brasil, Fernanda Ebert e Gustavo Machado também do Teach the Future.

Mas o que é esse Tech the Future? É um programa mundial que quer desenvolver o pensamento crítico e criativo desde a infância para que as crianças possam pensar sobre o futuro que querem construir e se identificarem como agentes de transformação. Têm como missão trazer esse pensamento para escolas e estudantes de todo o mundo.

Teach The Future  (TTF) é uma colaboração sem fins lucrativos entre educadores e parceiros da comunidade para incentivar e apoiar professores e administradores a incluir o futuro em suas aulas e currículo. O TTF foi estabelecido pelo Dr. Peter Bishop após sua aposentadoria do programa Foresight da Universidade de Houston. É uma colaboração global com líderes educadores para espalhar métodos de ensino gratuitos para pensar o futuro.

A pergunta central do dia foi: O que seria diferente se tivéssemos aprendido sobre o futuro na escola e o que podemos esperar do futuro que começa a ser aprendido na escola?

Evento Dia do Futuro aconteceu na Inovabra no dia 1º de março

Uma das respostas mais complexas foi a da Lala DeHeinzelin: futurista, criadora da plataforma Crie Futuros (que também atua em escolas de ensino fundamental) e da Fluxonomia 4D, nas palavras dela: “Não seríamos vítima, não seríamos reativos. As instituições seriam diferentes, teríamos um sistema integrado e viveríamos em um mundo colaborativo e teríamos desenvolvido melhor esses 7 sentidos:

  1. Sentido sistêmico: se saber parte de um todo
  2. Sentido de coautoria: saber que somos coautor do mundo em que vivemos
  3. Sentido de relevância: saber distinguir o que é relevante do que não é, e escolher onde a gente gasta nosso tempo
  4. Sentido da suficiência: nos sentiríamos satisfeitos
  5. Sentido da interdependência: entenderíamos que cada ação influencia no todo
  6. Sentido de apreciação: saberíamos o valor das coisas para além do monetário
  7. Sentido de estar no tempo: capacidade de estar, sem sofrer com passado, futuro ou presente, a noção de tempo seria diferente.”

Pare e pense em cada um desses 7 sentidos, se tivéssemos aprendido isso na escola, como seria o mundo hoje? E crianças aprendendo isso hoje, como será o futuro?

Ela ainda complementou dizendo que sabemos o que não queremos mas que, por não termos aprendido a pensar no futuro na escola, é difícil saber o que queremos, já que não fomos ensinados a pensar no futuro e em como sermos agentes na construção desse futuro.

Ainda teve uma indicação de livro que eu repasso para vocês sem spoilers: Desejável mundo novo.

Já a resposta da Marina Andrade, fundadora da TechCamps, projeto itinerante de imersão em tecnologia que prepara crianças para a revolução digital foi mais pontual sobre o que, de fato, aprendemos:

Na escola dela, a concepção que se tinha era a de que era necessário dominar técnicas e conhecimentos, e que então tudo estaria certo. E isso passava a ideia de que o futuro era previsível pois se você sabe o problema e conhece as técnicas, tudo está resolvido. E sabemos que não é bem assim que as coisas funcionam então o sentimento é o de sair da escola sem saber de fato como fazer as coisas porque a prática é diferente da teoria.

“O futuro (e o presente) do aprendizado é lúdico” Guilherme da Explore

Para Guilherme Rodrigues Alves, idealizador da Explore, plataforma de aprendizagem criativa complementar ao ensino formal: a aprendizagem criativa é mão na massa, utiliza recursos do cotidiano com direcionamento de fazer juntos um projeto, com atividades significativas e prazerosas. A Explore hoje já tem atividades em tecnologia, corpo e arte; apoiando o cotidiano e o social da criança.

Para finalizar a manhã tivemos a participação do Bruno Macedo da RITO Experiências Imersivas no Futuro com o jogo “What if?” Então toda a sala entrou no Whatsapp para jogar.

O What if traz sinais do que pode ser o futuro e em cima desses sinais são imaginados futuros. O Whatsapp foi somente uma ferramenta para imaginar como fazer esse cenário colaborativamente com centenas de pessoas.

Primeiro sinal dado: 10 milhões de jogadores participaram da apresentação do Dj Mashmello que aconteceu dentro do jogo Fortnite. É o mundo real se misturando com o mundo virtual.

A partir desse exemplo foram feitas milhões de perguntas no grupo, pensando em como isso poderia acontecer no contexto escolar e todas as perguntas deveriam começar com “E se…” E então imaginem como seria isso, qual seria o impacto da realidade aumentada na educação? Professores seriam atores encenando fatos históricos? Você seria um ator e encenaria algum momento decisivo? O que isso teria mudado para a sua aprendizagem? (Nos conte nos comentários, estamos curiosxs).

Imagina que ao invés de ler um texto, esse texto por exemplo, você pudesse entrar numa sala virtual para participar do que aconteceu no evento? O quão impactante seria isso para você? O quanto isso te possibilita um aprendizado maior do que apenas ler o texto?

Na experiência da Rito todos nós pudemos vivenciar um pouco do que é ser um futurista e entendemos que o futurista precisa cumprimir com vários papéis ao mesmo tempo, o futurista é ator, antropólogo, designer de experiências e sei lá mais o que, já que não está definido e é algo em constante mudança.

Nas palavras do Bruno Macedo “o futurista tem que dançar com a complexidade”.



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