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Ciborgue ou Não Ciborgue? Eis a Questão!

Elon Musk, fundador do Tesla Motors, afirmou no início deste ano que os seres humanos devem tornar-se ciborgues se quiserem permanecer relevantes em um futuro dominado pela inteligência artificial.

Se analisarmos essa frase isoladamente teríamos mais um tema à ser explorado na indústria cinematográfica. Filmes como Robocop, A Vigilante do Amanhã, Soldado Universal e Exterminador do Futuro são alguns exemplos. Entretanto, a frase apresentada por Musk não estava relacionada à ficção, trata-se de uma realidade presente. O termo ciborgue está presente de forma real e materializada em nossa sociedade.

Segundo a antropóloga Amber Case, a origem da palavra cyborg aconteceu em 1960, quando os cientistas Manfred Clynes e Nathan S. Kline apresentaram em um artigo a utilização de dispositivos externos e roupas em seres humanos para torná-los aptos à viagens espaciais. Hoje há inúmeros ciborgues espalhados pelo mundo, sejam por questões médicas, deficiências físicas, ou simplesmente por amor a tecnologia.

Os biochips representam uma das soluções apresentadas nesta era de avanços tecnológicos. Com eles o desenvolvimento de uma nova geração de ciborgues e as significativas mudanças na forma como trabalhamos, interagimos e vivemos.

 

No mundo há mais de 700 mil pessoas que implantaram os biochips. Embora ainda apresente uma tecnologia limitada, sendo utilizadas para funções simples, como destravar portas, passar catracas, ligar o carro e destravar computadores. Há diversos estudos que buscam utilidades mais expressivas, como detectar células cancerígenas, controlar pressão alta, dosar insulina e remédios contraceptivos, monitorar atividade sanguíneas, cardíaca, de temperatura e etc. Criar estímulos, novas habilidades e percepções também fazem parte das funções que em breve serão adaptadas aos biochips.

  Anders Sandberg pesquisador do Instituto Futuro da Humanidade na Universidade de Oxford, afirma que criar futuro é uma questão de

Realmente aprendermos o que prevemos e saber quais áreas devemos desistir.

Considerando todas as previsões tecnológicas feita pela indústria cinematográfica e que hoje são reais, quando falamos sobre a evolução dos ciborgues muitas pergunta surgem. A humanidade evoluirá seus corpos a tal ponto de nos tornamos Robocops? Aqueles que não quiserem acompanhar essa evolução serão deixados para trás? Nossos dados estarão seguros de ataques hackers? Seria esse o sinal apocalíptico? Na opinião do filósofo e futurista Max More, o hibridismo entre máquinas e seres biológicos faz parte da evolução dos seres humanos. Em 2004, Neil Harbisson, foi o primeiro homem oficialmente reconhecido como ciborgue. Para Neil Harbisson a relação entre homem e máquina nada mais é que uma ampliação dos nosso sentidos. Questões como essas, apresentadas por Max tornaram-se base para um novo movimento chamado transhumanismo, grupo de pessoas que acreditam que o corpo humano e suas funções podem ser melhorados, com intervenções tecnológicas, e isso não está relacionado à criação de super humanos. O que eles defendem é uma continuidade na evolução. Harbisson afirma que os sentidos humanos são falhos, os animais possuem sentidos muito mais apurados, por exemplo, os cães escutam e farejam muito melhor que nós. Ele também afirma que nossa relação com a natureza seria totalmente modificada e seus impactos menos agressivos

"Se tivéssemos desenvolvido nossa visão noturna, hoje não destruiríamos tanto a natureza a fim de gerar iluminação".

De forma geral as pessoas estão divididas em relação a implantação dos biochips. Para alguns trata-se de uma nova forma de comunicação; há os curiosos, e por fim aqueles que observam com olhares desconfiados, esperando para ver onde isso tudo nos levará. Amber afirma que “Um cyborg não é um Robocop, mas a experiência da vida cotidiana que foi alterada pela tecnologia”. Todos fomos afetados por ela, basta analisarmos nossa relação com os smartphones para perceber isso. Tive a oportunidade de conhecer um casal ciborgue, (conto todos os detalhes desse encontro nesse artigo AQUI) e neste evento ficou muito claro que fazemos muito pouco com o potencial criativo e construtivo que temos. Por isso defendo a promoção de debates aberto que não neguem as contradições e receios sobre o tema, mas que também possam considerar as possibilidades a partir de uma perspectiva progressiva, considerando ciência, tecnologia e sociedade, não como partes isoladas mas como um processo construtivo do que temos e somos.
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