Nasci em uma família de classe média no Peru, dos cinco filhos era o mais velho. Quando completei dezessete anos meu pai foi diagnosticado com câncer, falecendo oito meses depois. Foi uma situação desafiadora, pois minha mãe não trabalhava e tinha meus irmão, praticamente virei o chefe da casa.
Diante dessa situação tive que correr atrás de um trabalho, ou melhor inventar diferentes fontes de renda. Foi assim que minha vida se tornou fonte de criatividade, de constante renovação e reinvenção de quem eu era.
Na época tinha apenas o ensino fundamental e não tive acesso a educação profissionalizante. Então me virei da forma que dava, ajudava aqui e ali. Atuei como freelancer por muito tempo. Durante a semana trabalhava em uma gráfica. Nas noites de sexta-feira e sábado eu era barman, e aos domingos trabalhava em uma oficina mecânica.
Reinventando Novas Formas de Obter Sustento.
Essas coisas me deram flexibilidade para me familiarizar com vários ofícios e lidar com diferentes públicos, culturas, profissões, regiões e até idiomas. Essas experiências, também, me fizeram descobrir que se eu seguisse uma carreira específica, ficaria limitado a ela. Hoje agradeço porque tive a liberdade de criar o máximo que pude. Porque mesmo diante de um alto desafio, de cuidar da família, consegui reinventar novas formas de obter nosso sustento.
Todos temos sonhos! E acredite, todos possuímos a força de realizá-los,sempre. Mas para isso, você precisa olhar os recursos disponíveis e enxergar a possibilidade do que fazer com eles. Por exemplo, se eu tenho alguns pregos e um martelo o que eu consigo realizar com isso? Talvez isso não seja o que você gostaria de fazer, ou o emprego dos seus sonhos, mas com certeza vai gerar uma ação que te tirará do ponto estático, e ao menos te dará novas ideias de como alcançar essa oportunidade que tem em mente.
Viva essa Experiência
Outro ponto importantíssimo, é a questão do experimentar. Ao longo dos meus trinta anos de carreira pude experienciar de tudo um pouco. E essas experiências me deram a base do auto-conhecimento. Hoje sei exatamente o que me dá prazer em trabalhar ou aquilo que devo evitar.
Fico arrepiado de pensar que se tivesse feito uma faculdade, ou adquirido algum título, do qual eu precisasse trabalhar todos os dias, durante anos nessa única área, desconfio que nem estaria vivo. Afinal o que me mantém vivo é exatamente a diversidade, a quantidade de experiências e experimentos que tenho acesso, graças a minha decisão de ser livre. Embora, essa decisão não tenha sido consciente no início, entendi depois de um tempo que eu não precisava me enquadrar em determinados padrões. Eu tinha liberdade, e essa liberdade me manteve fora da caixa.
Agora aos 48 anos, após passar por 21 países, realizar muitos negócios e empreendimentos, quebrar alguns também, e conhecer centenas de pessoas, posso dizer que:
"A melhor coisa que temos na vida profissional é a liberdade".
Liberdade de escolher, de criar, de desenvolver a partir das ferramentas e recurso que possuímos. Isso não tem preço! Dessas experiências que desenvolvemos o máximo potencial do nosso cérebro, criando e recriando nossa própria realidade, sempre que quisermos.
Quando nos colocamos a disposição do mercado, recebendo um valor x por um período de tempo, e esse valor está pré determinado em uma tabela. Isso na verdade, é vender nossa liberdade. Avaliando minha experiência, entendo que minha liberdade me possibilita exponenciar minhas horas. Posso vendê-las por diferente valores, realizando diferentes coisas em determinado período. Por exemplo, em uma hora posso criar algo que tenha um ganho residual, e residual significa algo que crio uma única vez, mas posso vendê-la diversas vezes, como por exemplo uma música ou um livro.
Quando você tem a liberdade de criar uma coisa que seja tua, que flua da tua própria essência, você poderá alcançar qualquer nível de renda.
É isso que tenho vivido, não estou contando um conceito, ou uma fórmula mágica, apenas descrevendo minha realidade hoje.
Temos todas as possibilidade de criar qualquer coisa que possa se tornar uma fonte de renda, desde que duas coisas estejam bem definidas:
Quanto eu quero ganhar e quais ferramentas tenho disponíveis.
Saiba usar as ferramentas que você tem com o máximo da sua capacidade criatividade, da sua resiliência e com o máximo de dedicação.
Não ache que você ganhará seus milhões por ter escolhido determinada área. Em vários lugares já presenciei o cara do yakissoba com carrinho na calçada ganhar mais do que aquele cara sentado no escritório, e vice e versa…
Lembre-se estabeleça uma meta e saiba utilizar suas ferramentas. Se precisar adquirir novas ferramentas, o conhecimento está disponível em larga escala. É bem verdade que existe um grande número de jovens cuja o acesso é limitado ou quase nulo (mas essa conversa eu conto em outra hora)...
Que tal mudar essa história de ganhar dinheiro uma única vez por mês? Porque quem é independente ganha todos os dias.
Texto de Gustavo Figueroa, publicado originalmente no Linkedin