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Google aponta 7 áreas das nossas vidas que nunca mais serão as mesmas depois da pandemia

Que o mundo não será o mesmo depois da pandemia de Covid-19 já é consenso. O que todo mundo está discutindo agora é o que realmente vai mudar – e em que proporção.

A gigante de tecnologia Google conversou com especialistas para entender melhor o que deve acontecer em sete áreas que considera fortemente impactadas pelos novos tempos e, para complementar sua visão de futuro, analisou algumas pesquisas relacionadas aos temas.

Veja, a seguir, 7 áreas das nossas vidas que nunca mais serão as mesmas depois da pandemia segundo o Google:

CONSUMO: em casa, a decisão de compra está sendo cada vez mais compartilhada

Para o Google, decisões compartilhadas na hora de fechar o carrinho de compras tendem a ser cada vez mais comuns.

Outra tendência – que já vinha sendo mapeada nas pesquisas e foi confirmada pela crise – é a diferença existente entre consumidores que valorizam a posse dos bens e aqueles que priorizam o acesso a mercadorias. Isso representa uma ótima oportunidade para pequenos negócios que estão estabelecendo sua presença digital. De acordo com uma pesquisa realizada com internautas brasileiros, 40% revelaram que começaram a comprar de lojas locais e comércios menores durante o isolamento social.

Por fim, a companhia detectou que, uma vez em casa, as pessoas aumentaram sua percepção sobre o excesso de consumo, já que tiveram a chance de detectar vários itens que foram comprados e nunca usados.

E-LEARNING: o ensino à distância vai ganhar adesão, mas não substituirá o presencial

Segundo os especialistas ouvidos pela gigante de tecnologia, as pessoas estão entendendo que educação é, acima de tudo, um exercício de socialização; que o ensino virtual veio para ficar – e somar, mas não substituir o método convencional –; e que o confronto entre sistemas tradicionais e novas alternativas estão mudando a maneira como os educadores encaram as ferramentas e a metodologia de ensino.

Para a Associação Brasileira de Escolas Particulares (ABEPAR), o setor foi obrigado a avançar em direção à chamada Educação 4.0. “As instituições devem incorporar de uma vez, e para sempre, os 20%, 30% das aulas que, por lei, podem, ser realizadas virtualmente. Elas não serão mais usadas apenas como complementação ou atividades de reforço”, diz Roberto Prado, diretor executivo da entidade.

Pesquisas revelaram que, durante o isolamento social, 17% dos brasileiros começaram a estudar de maneira online pela primeira vez, e que apenas uma de cada 10 pessoas já tinha tido essa experiência antes da Covid-19.

RELAÇÕES DE TRABALHO: a formalização do home office e a proteção aos informais

A pandemia também acelerou algumas mudanças nas relações entre empresas e colaboradores. No que diz respeito ao trabalho formal, uma delas, segundo o Google, é uma maior flexibilidade.

Já no que se refere ao trabalho informal, detectou-se a necessidade, urgente, de uma discussão sem precedentes sobre a proteção aos profissionais. “A tendência é que a sociedade pressione o legislativo para que isso aconteça. A população em geral e as empresas perceberam que precisamos de um modelo de trabalho sustentável”, diz o advogado Luiz Guilherme Migliora, professor da Fundação Getulio Vargas. Pesquisas revelaram que 31% dos internautas brasileiros acreditam que cuidar das pessoas e da sociedade será um dos principais aprendizados pós-pandemia.

Em relação ao home office, a tendência é que o novo sistema de trabalho seja parte da rotina de cada vez mais empresas e colaboradores, mas não sem antes passar por um processo de estruturação de ambos os lados: nas empresas, para formalizar o novo modelo de operação, e no caso dos colaboradores para encontrar um melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

No que diz respeito à população, as pesquisas indicaram que um em cada cinco brasileiros pretende incorporar o hábito de trabalhar ou estudar de casa em suas rotinas futuras.

LOGÍSTICA DOMÉSTICA: o varejo antecipou uma tendência esperada para daqui três anos

Supermercados e farmácias vivenciaram uma explosão de vendas e as operações precisaram ser ajustadas, aumentando, inclusive, o número de entregadores que usam carros. Além do aumento da base de compradores online, houve também incremento na frequência daqueles que já eram consumidores habituais. A pandemia pode ter trazido a percepção de que comprar online é mais seguro.

“Esse era um movimento esperado para daqui dois ou três anos. O isolamento social antecipou um hábito que deve permanecer depois da crise”, diz Fernando Vilela, diretor de estratégia e de performance do Rappi.

Segundo as pesquisas, 37% dos brasileiros que usam a internet afirmaram que estão consumindo serviços de delivery com mais frequência durante o isolamento, enquanto 22% pretendem continuar recorrendo às entregas após o fim da pandemia.

ENTRETENIMENTO: o tempo de exibição surge como a métrica que indica qualidade e engajamento

Tempos incertos desencadeiam uma série de emoções e o entretenimento sempre nos ajudou a lidar com elas. Neste momento, quando temos tempo e queremos fazer com que ele valha a pena, a melhor curadoria vai conquistar a atenção do público.

E o tempo de exibição está provando ser a métrica que melhor avalia o envolvimento durante a quarentena, mais do que o número de visualizações. É mais sobre a qualidade do conteúdo do que sobre a quantidade. “Eu sei reconhecer minhas necessidades, mas nem sempre sei escolher aquilo que as supre. Por isso, mais do que nunca, a curadoria será a chave do negócio”, diz Phillipe Carrasco, responsável pelas parcerias de conteúdo do YouTube.

Para 33% dos brasileiros, o vídeo é a principal forma de conteúdo durante a pandemia. De casa 10 pessoas que assistiram às lives mais populares transmitidas pelo YouTube durante o isolamento, sete são brasileiras – a vencedora em audiência foi Marília Mendonça, com 3,3 milhões de espectadores simultâneos.

SEGURANÇA DA INTERNET: o tema deixou de ser uma preocupação secundária

Uma das principais tendências detectadas durante a pandemia aponta que a discussão não passa mais pela quantidade de tempo diante da tela, mas pela qualidade desse tempo.

Os últimos meses também deixaram explícita a necessidade de planejamento para implementar a digitalização e algumas coisas saltaram aos olhos: suporte e conexão, mas também vulnerabilidade. Cerca de 46% dos brasileiros disseram estar mais preocupados com a segurança online durante o isolamento social.

E, por fim, pais e professores entenderam que precisam acompanhar a vida online das novas gerações. “Vimos um aumento no número de pais que estão participando da vida digital de seus filhos. Não apenas como forma de controle, mas como cuidado e atenção. Tudo isso será marcante para muitas famílias”, diz Rodrigo Nejm, diretor da empresa de segurança Safernet.

FAMÍLIA: os dois lados da coexistência – afeto e violência

A casa aparece como um espaço familiar, independentemente do arranjo que tenha. Na classe média, os integrantes se dividem em seus quartos. Nas classes mais baixas, todo mundo compartilha tudo o tempo todo. Isso acabou provocando um aumento nos casos de violência doméstica. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a maior coexistência certamente ocasionará mudanças na dinâmica familiar, alterando a rotina.

“Existem duas grandes tendências aí. Algumas famílias estão descobrindo carinho um pelo outro, aprendendo a estar juntos, talvez pela primeira vez. Mas existem muitos casos em que esse convívio pode ser um trauma. Nós vemos um aumento importante nos relatórios de violência, especialmente contra mulheres e crianças”, diz Belinda Mandelbaum, professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da USP, onde coordena o Laboratório de Estudos da Família (LEFAM).

De acordo com as pesquisas analisadas pelo Google, 60% dos brasileiros alegam que estão passando mais tempo com familiares, enquanto 36% acreditam que esta será uma das transformações mais duradouras provocadas pela pandemia.

Fonte: Forbes Brasil


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