"Se vi mais longe foi por estar sobre os ombros de gigantes" Sir Isaac Newton (1643-1727)
Eu sempre fui um pouco mais alto que a média quando criança e adolescente. Então era comum a seguinte cena: um amigo ou amiga queria assistir a um um jogo, um show ou mesmo alcançar algo improvavelmente alto e eu fazia a famosa “escadinha”: a pessoa subia e sentava nos meus ombros, apoiando-se para ganhar alguns preciosos centímetros a mais de vantagem vertical. Confesso que nem sempre era uma experiência agradável, sobretudo se o amigo ou amiga fosse pouco provido de tamanho, mas farto em peso…. as pernas tremiam, mas a sensação de elevar aquela pessoa “às alturas” e com isso resolver o problema que fosse, sempre compensou. A sensação de peso que eu sentia fazendo esta “escadinha" não era de opressão, era muito mais de desafio, para mim e para a pessoa.Qual é o peso?
Corte para o mundo adulto de atribulações e provações, compromissos e resultados, sucessos e fracassos, de responsabilidades que às vezes consomem sua energia por inteiro e te dão a sensação de ser um Atlas involuntário, carregando o mundo inteiro sobre as costas. A “escadinha” lá da minha infância me mostra hoje como lidar com todo esse arrasto de pressões que recebo dia-a-dia, como empresário, investidor, amigo, filho, cidadão, sonhador… E a lógica é impressionantemente simples: Nenhuma sensação de peso é confortável, mas eu estava lá quando um amigo precisou. Então, qual é o peso de elevar nos seus ombros toda uma CIDADE, ou um PAÍS? Qual é o peso de apoiar em seus ombros TODA A HUMANIDADE? Certamente não é pouco… mas alguém(s) precisará estar lá quando esta precisar.Só conseguimos enxergar mais longe… sobre os OMBROS DE GIGANTES.
E a frase de Newton que abriu nosso texto explica o porquê: nós, como coletivo, como cultura, como promissora espécie condenada a sonhar, só conseguimos enxergar mais longe… sobre os OMBROS DE GIGANTES. Com toda a tecnologia que temos, aparato cultural, história, ainda precisamos de homens e mulheres que venham e na humildade de sua grandeza; se ofereçam de suporte para ideias; e causas que carregam o peso de toda a humanidade. Sim, 2018, ainda precisamos de mulheres e homens GIGANTES, talvez como nunca! Então se o obstáculo é inglório. Ímpossível. Aterrador! Eu só lhe desejo a boa sorte da teoria da “escadinha" se aplicar como uma luva a você; e que você olhe meio desengonçado(a) para cima e sinta que se você não estivesse AÍ, 7 bilhões (and counting) de pessoas não conseguiriam ver o futuro que você quer mostrar… Vai, Atlas, que o mito te espera. Atlas e as HespéridesTexto originalmente publicado no LinkedIn