Existe uma armadilha na nossa sociedade.
Eu me dei conta dessa armadilha pouco tempo atrás. E desde então, venho tentando reparar os efeitos que ela me proporcionou.
É o mito da produtividade.
É a ideia de que quanto mais produzimos, melhor.
Se quanto mais produzimos, melhor, então quanto mais produtividade, melhor. E quanto mais produtividade eu tenho, maior meu valor.
E assim, associamos nosso valor à nossa produtividade.
E entramos numa busca frenética, sem fim por sermos mais produtivos.
Só que o ser humano não é um robô. Não é uma máquina de produzir.
O ser humano é criativo. Veio ao mundo para criar. Mas não veio ao mundo para criar o máximo possível.
O melhor músico não é aquele que compôs mais músicas. Ou aquele que fez mais shows.
O melhor artista não é o que pintou mais telas.
A melhor mãe não é a que criou mais filhos.
O melhor amigo não é aquele que faz mais coisas com você.
O melhor restaurante não é o que produz mais refeições.
Na busca por produtividade, perdemos algo muito precioso para o ser humano: Tempo.
Produzir mais não é usar melhor o tempo. É deixar de desfrutar do tempo.
E o tempo é desfrutado, muitas vezes, sem fazer nada.
Tempo dedicado a contemplação.
Ou dedicando a uma única atividade e fazendo com paciência.
Quando fazemos muitas coisas e nos tornamos máquinas de ticar checklists, o tempo passa muito rápido.
Nos sentimos bem, produtivos, mas deixamos de desfrutar da vida.
E por outro lado, quando nos dedicamos a atenção a uma única atividade, o tempo parece parar.
Te convido aqui a fazer um balanço da sua vida e perceber quanto tempo tem dedicado a produtividade e alta performance e quanto tempo a contemplação e ao vazio.
Você consegue se permitir não fazer nada?
Quanto tempo tem dedicado à contemplação?
Você sabe descansar?
Ou acredita que descansando está perdendo tempo?
Acredita que seu valor está associado a quanto você produz e só consegue se sentir bem quando está produzindo muito?
Essa é a armadilha…
O mito da produtividade.