Quero começar este texto com esta reflexão. Pense, por favor! Se não tivesse medo, em que lugar você poderia estar agora? Que sonhos poderia ter atingido? O que te trava? O que te impede?
Já fui a “única mulher na sala” muitas vezes e reconheço que isso pode não ser fácil. E sei bem o tamanho do desconforto que isso pode trazer para várias mulheres.
- Você já teve medo de tentar uma posição por não ter todos os requisitos e concorrer com vários homens?
- Já teve medo de sentir-se culpada por fazer networking ao invés de ir diretamente para casa após o trabalho?
- Já teve medo de aceitar uma oportunidade para desenvolver sua carreira em outra cidade ou outro país?
O medo aparece. E não estou dizendo que não temos que ter medo.
O meu ponto é: vai com medo mesmo! As mulheres que enfrentaram seus medos sabem o quanto esse processo pode acelerar nosso amadurecimento e desenvolvimento profissional.
Há muitos outros problemas que aparecem no dia a dia profissional de uma mulher, problemas antigos e complexos. Não tenho a pretensão de achar a solução perfeita para eles, mas gostaria de compartilhar três das inúmeras lições que aprendi ao longo da minha carreira:
1 – Importante fazer networking
– As mulheres se sentem, na maioria das vezes, culpadas por fazerem
networking, como se não fosse importante, como se fosse errado fazer porque não é obrigatório, como se fosse impossível conciliar os inúmeros papéis envolvendo família, carreira, vida social... Reféns do dilema
networking OU mais tempo com a família, e por que não os dois com equilíbrio e bom senso?
2- Fundamental se arriscar
– Percebo que muitas mulheres apenas aplicam para uma posição na empresa quando creêm ter quase todas as competências necessárias. Enquanto os homens se arriscam mais e aplicam mesmo atendendo menos do que é esperado. Em uma era onde a única certeza é a mudança, uma das principais competências para crescer é como aprender rápido e se ajustar. Além disso, as mulheres tendem a achar que não é necessário dizer o que querem, que posição almejam, colocando toda a responsabilidade do processo de “serem escolhidas” em quem decide, assumindo que está claro para o decisor o quanto querem a posição. Precisamos fazer a nossa parte!
3 – Esteja aberta a novos modelos de família
– Muitas mulheres abrem mão de oportunidades incríveis por medo de arriscar em modelos de família não tradicionais. Hoje em dia, está cada vez mais difícil que um dos cônjuges abra mão de sua carreira profissional em prol do outro. Nesse contexto, para que os dois se realizem e se desenvolvam profissionalmente, por que não construir um modelo de família diferente, que se ajuste às suas necessidades? Importante que seja a decisão da família e que, juntos, todos queiram e se esforcem para que dê certo. Sabemos que não é fácil, mas é possível com a coragem de apostar e a disposição para concessões.
Há tantos profissionais inspiradores… Que tal conversar com eles e trocar experiências? Cada um de nós pode fazer acontecer e, com isso, inspirar mais pessoas a atingirem seus sonhos. Somos todos parte da solução e corresponsáveis pelo mundo que vivemos.
Gosto muito de uma reflexão de Gary Zukav: "
Changing the world begins with the very personal process of changing yourself, the only place you can begin is where you are, and the only time you can begin is always now.”
Ao encontrar dificuldades pelo caminho, não desista! Cresça ao superá-las e festeje cada conquista sem se culpar em achar que não merece. Crescimento e “zona de conforto” não co-existem.
Você nunca se perdoará por não ter sido VOCÊ.
Texto originalmente publicado no
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