Texto de Lilian Marins
Muitos estudos revelam que a tecnologia tem tirado algumas vagas de trabalho que até poucos anos atrás existiam. Se olharmos há 100 anos atrás, a maioria dos trabalhos eram realizados em fazendas, o que representava 80% dos trabalhos naquela época. Em contrapartida temos hoje apenas 3% de representatividade do trabalho humano em fazendas, sendo esses trabalhos completamente substituídos pela tecnologia. Além disso, diversas ocupações foram criadas para atender a necessidade do desenvolvimento tecnológico, a título de exemplo, a atuação de design gráfico de website. Eis a questão: Será que alguém pensava em 1950 que teríamos comércio eletrônico e que iríamos depender desses profissionais?
Trazendo essa reflexão fica mais claro entender que essa mudança é normal e faz parte da nossa história. Porém o que precisamos contextualizar é a forma acelerada com que essas mudanças estão acontecendo. O que antes levava quase 100 anos para mudar, hoje acontece em alguns poucos anos e já faz parte da nossa rotina diária.
Mas, como lidar com robôs e inteligência artificial fazendo parte do nosso dia a dia substituindo tantas vagas de trabalho? Principalmente quando pensamos em países subdesenvolvidos como o Brasil, o que irá acontecer com essas pessoas? Não existe resposta pronta. Acredito que nosso maior desafio agora é saber como gerir o medo que assola as pessoas que estão cada vez mais com o status de desempregados. Sim, isso mesmo que você leu, se você não começou a desenvolver novas competências você irá se tornar uma pessoa que facilmente pode ser substituída e, portanto, majorando a lista do desemprego.
E se eu te perguntasse agora: você tem paixão pelo seu trabalho? Você verdadeiramente ama o que você faz? Sinceramente, qual seria sua resposta? Estudos revelam que mais de 87% das pessoas trabalham para pagar as necessidades básicas como comida, educação, saúde e moradia.
Agora vamos lá para uma reflexão! Se hoje você recebesse o valor de um salário que garantisse o custeio de suas necessidades básicas, o que você estaria fazendo? Você já ouviu falar em UBI (Universal Basic Income)? Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Canadá, esse é um assunto muito debatido. Cientistas entendem que os dividendos do país devem ser revertidos para garantir à população a cobertura de todas as despesas básicas e necessárias e, com isso, as pessoas trabalhariam com mais propósito fazendo o que realmente tem talento para fazer, sem se preocupar em trabalhar como máquinas ou em atividades que não lhe se são compatíveis, apenas para garantir a própria subsistência e de sua família.
A intenção do UBI é custear as necessidades básicas do indivíduo gerando estabilidade familiar e ausência do medo de desemprego. Segundo Tony Robbins, a vida é uma dança entre o que você mais deseja e o que você mais tem medo. Diante do exposto, a idéia da nova era tecnológica é fazer com que todos nós tenhamos mais coragem para nos reinventar e, com ousadia, realizar as suas atividades ocupacionais que lhe geram prazer e propósito. Estamos vivendo a era do autoconhecimento.
“Lígia Zotini, Founder do Voicers, falou: “você topa se conhecer melhor? Ou, caso contrário, os algoritmos saberão mais de você, do que você mesmo.
Se eu te perguntasse qual a diferença entre, trabalho x carreira x missão, você saberia me dizer a diferença? Ou melhor, saberia me dizer em que categoria você se enquadraria?
Eu particularmente acredito que a tecnologia está substituindo alguns trabalhos que por muito tempo foram desumanos e trazendo a possibilidade de usarmos o nosso valor único como seres humanos para exercer atividades que utilizam os nossos órgãos mais importantes: o cérebro e o coração.
Se você ainda não tem clareza sobre como construir essa nova jornada, tenha certeza que sozinho fica muito mais difícil. Hoje, algumas dicas são: seja extremamente curioso e aceite se expor para conectar com pessoas que podem ampliar os seus aprendizados ou incentivar a sua busca por novos conhecimentos. Além disso, esteja perto de pessoas que te inspiram a crescer e seja grato a todos os feedbacks que receber, sempre com respeito e educação, pois esses são os caminhos do bem. Ainda assim, se achar que continua difícil a sua jornada, sem saber por onde começar, por favor, não espere muito conecte-se com um mentor, coach, líder que possa te ajudar a trilhar um novo caminho. Portanto, meu desejo é que todos nós estejamos acima da média para acompanhar o processo inovação que se mantém numa exponencial aceleração.
O ser humano precisa se desenvolver na mesma velocidade que estamos desenvolvendo as máquinas.Vamos com tudo e vamos felizes! Construindo trabalhos que fazem sentir para, a partir daí, ter completo sentido. Por Ligia Zotini
Publicado originalmente em Lilian Marins Coach