“Nossas pesquisas mostram que das pessoas mais sutis (SOFT) nascem organizações mais flexíveis e leves, criando novos meios de viverem seus talentos e propósitos, novos paradigmas, novas economias, novos ecossistemas, que são consequências de novas consciências nessas pessoas”.
SOFT ECONOMY é como aqui no Voicers, identificamos o conjunto de Novas Economias, aceleradas por tecnologias emergentes, o termo Economia Leve ou Sutil veio do livro “Economia da Consciência”, de Amit Goswami, e tem como seu contra ponto a HARD ECONOMY ou Economia Dura.
A Soft Economy é o resultado inicial da 4ª Revolução Industrial, enquanto a Hard Economy é o produto das 3 primeiras revoluções industriais. Na ânsia de chegar rápido aos Futuros, todos temos a tendência de entender que um bom mapa de transição seria mover do HARD para o SOFT é uma linha reta.
Fazem 2 anos e meio desde que lançamos no mercado nossa pesquisa e metodologia sobre o conceito de HARD e SOFT ECONOMY e naquele momento também tínhamos por influência de repertórios sobre novas economias, que mapas de migração seria idealmente um movimento das antigas revoluções para a nova ou do DURO para o LEVE, SUTIL.
Mas ao logo desses anos de aplicação da metodologia de Mapas de Transição, ir do HARD para o SOFT, era certamente inovação, mas passar do SOFT para o HARD vimos que em várias vezes também era. A diferença estava na consciência que esses movimentos eram feitos, ficar em paradigmas antigos por comodismo ou medo é de fato atraso, mas existe muita coisa bem desenvolvida nas econômicas clássicas e que podem e devem ser usados nesse processo de trazer o novo.
Foi nesse movimento que entendemos que classificar o Hard somente como duro e pesado não traduzia o todo, que HARD era também sinônimo de sólido e solidez é muitas vezes indispensável em tempos de mudanças tão rápidas. Já SOFT como Flexível representava também uma características importante para produzir mapas de Futuros Saudáveis, termo esse lançado pelo Fórum Econômico Mundial, desse ano.
Devemos entender a importância dos paradigmas que promoveram progresso até aqui, mas entender também que eles não serão capazes de sozinhos, responderem aos desafios desse novo século. Nessas primeiras décadas em que as transições das mais diversas naturezas estão acontecendo, realidades mais flexíveis, leves e sutis, despontam como tendências, mas nem por isso precisamos destruir as pontes sólidas, que nos trouxeram até aqui, pontes são sempre vias de idas e vindas.
Seguiremos sendo bombardeados com informações sobre o Futuro de Todas as Coisas, e também em discussões infinitas sobre como a era da Inteligência Artificial, da Robótica, das Realidades Imersivas, da Internet das Coisas, do Blockchain e da poderosa Computação Quântica transformarão totalmente a nossa sociedade, até elas estarem maduras entre 1 e 2 décadas.
A famosa transformação digital que foi mantra desde 2015, se tornou realidade imposta em 2020, os que tinham seus mapas conseguiram se adaptar mais rápido, mas para uma parte significante de pessoas e organizações sem mapas, foi dolorido.
Temos 20 anos até estarmos convivendo com tecnologias infinitamente mais poderosas que vídeo conferências ou plataformas de e-commerce, esse é um tempo suficiente para desenvolvermos consciências de Futuros, a medida que desenvolvemos autoconsciência de nossas melhores versões, versões mais flexíveis, leves, sutis, trazendo solidez quando necessário.
Fecho então deixando a reflexão abaixo:
“Com a grande velocidade das mudanças,
Com a dificuldade de resolver desafios com os antigos paradigmas,
Com a variável de verdades e necessidades humanas emergindo,
Com a grande potência das máquinas,
Muitos Mapas!”
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* Voicers é um ecossistema de pesquisa, educação e experiências em Cenários Futuros
Ligia Zotini é pesquisadora de Cenários Futuros e Fundadora do Voicers