Falar sobre minorias, representação popular e principalmente a questão de gêneros, fazem parte de quem eu sou. Defendo acesso a todos como uma grande verdade pessoal! Mas o empoderamento feminino é uma conversa muito próxima e necessária para mim…
O mundo em que eu fui criada pelos meus pais, foi um mundo já equânime. Não tive nenhuma limitação de gênero, então levei muito tempo para entender que a resistência passivo-agressiva que eu recebi muitas vezes na escola, faculdade, trabalho, relacionamentos era a forma de machismo mais sutil que existe; a que te deixa Ilhada, aquela que pode ser confundida com “ela é mandona” (bossy), “ela fala muito” ou “ela é egocêntrica”, entre outros julgamentos que homens ao meu redor fazendo o mesmo, não recebiam.
Mas foi em 2016, que cada uma dessas situações ficaram evidenciadas como machismo para mim tamanha a não referência. E foi na época que o presidente interino, Michel Temer, anunciou seu ministério que tudo se classificou: Me assustou muito quando logo nas primeiras nomeações ministeriais não havia nenhuma mulher, e eu resolvi escrever, lecionar e conversar sobre.
Acredito muito em meritocracia e não vou tirar isso da mesa, mas acho que proporcionar a entrada com base em meritocracias não é suficiente, pois existe um sistema instalado, um domínio, uma supremacia masculina imposta por séculos.
O que se configurou no ministério traduz em 2018 o tipo de liderança que ainda existe em uma escala maior do que deveria, não só na mais alta hierarquia do nosso país, mas quanto mais próxima dos topos mas sentia a questão de gênero.
O poder ainda pertence a uma geração acostumada a não ver mulheres, a não ver minorias. Quando alguém justifica isso com o discurso da Meritocracia, eu apresento o discurso da Homofilia, que é a capacidade que temos de nos identificarmos com grupos semelhantes e beneficiá-los.
É bem sério esse recorte e a realidade que vivemos ainda é a de quem comanda, e quem comanda, ou quem escolhe posições de comando, não está acostumado com essa pluralidade:
É um jogo de tirar preconceitos hereditários.
Idealmente no processo de empoderar uma mulher, temos que conscientizar o dobro de homens sobre seus preconceitos hereditários, que são machismos sutis, já que o ecossistema é desproporcionalmente masculino e feito de homens tão vítima da cultura do machismos quanto as mulheres.
Gosto de acreditar que um mundo equilibrado é onde se tenha 50/50 de gêneros nas posições de comando global com lucidez como o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau:
Ao ser questionado porquê a questão de igualdade de gênero era uma marca constante em sua campanha, a resposta veio em uníssono:
“Porque é 2015!”
Obama também diz:
“O feminismo do século 21 é a ideia de que quando todos são iguais, nós somos mais livres. Precisamos continuar mudando a atitude que cria nossas meninas para serem recatadas e nossos meninos para serem assertivos; que critica nossas filhas por falarem o que pensam e nossos filhos por chorarem…”
É a mesma atitude que pune as mulheres pela sexualidade delas e premia os homens pela deles e que permite uma rotina de abuso em relação às mulheres, se elas estão andando nas ruas ou online. Precisamos continuar mudando a atitude que ensina os homens a se sentirem ameaçados pela presença e o sucesso das mulheres.
Precisamos mudar a atitude que continua elogiando os homens por trocar fraldas, estigmatiza os que decidem ser pai em tempo integral e penaliza as mães que trabalham. E que valoriza ser confiante, competitivo e ambicioso no ambiente de trabalho – exceto se você for uma mulher.
“Aí você está sendo mandona e, de repente, as mesmas qualidades que você pensava serem necessárias para crescer acabam prejudicando.” Afirmou o presidente.
Uma vez resolvido os pontos de Lide com a Herança Feminina, veremos aparecer naturalmente a Liderança Feminina que tem características muito mais intuitivas, criativas, com mais confiança menos controle. E não confunda, a essência Feminina & Masculina é encontrado tanto em homens como em mulheres!
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