Bill Gates acredita que reuniões de trabalho por videoconferência devem migrar para o metaverso nos próximos três anos. A afirmação decorre, segundo ele, da necessidade de adaptação ao "novo normal" e à importância de se estar conectado em tempos difíceis, como 2020 e 2021. A aposta do fundador da Microsoft foi baseada em uma série de argumentações que o bilionário fez em seu próprio blog, como parte de uma análise otimista para 2022.
A previsão de Gates é pautada no cenário de fortalecimento do trabalho remoto, que ainda possui muito espaço para avançar nas companhias e na vida das pessoas. Para o filantropo e cofundador da Microsoft, a tendência do metaverso é digitalizar os escritórios para quebrar bloqueios regionais, o que permitiria a montagem de equipes inteiras alocadas em partes diferentes do globo.
Embora ferramentas como o Teams e o Zoom tenham cumprido seu papel com efetividade nos últimos meses, elas não seriam suficientes para se sustentar nos próximos "dois ou três anos". "A maioria das reuniões virtuais será movida da câmera 2D em grades de imagem — que eu chamo de modelo Hollywood Squares — para o metaverso, um espaço 3D com avatares digitais", analisa Gates.
Pelo que parece, o bilionário imagina que o metaverso pode gerar outros tipos de interação que o modelo baseado em câmeras não entrega, como a sensação de estar no mesmo espaço físico, jogar games em conjunto, participar de confraternizações virtuais ou até criar produtos em grupo.
Metaverso em 3 anos?
A experiência do metaverso, ao menos no início, não deve ser nem próxima do contato físico presencial. A começar pelo visual mais cartunesco baseado em avatares animados, o que pode não atrair todo tipo de empresa a entrar nesse mundo digital. Sem contar o cansaço ocular de ficar por horas a fio com uma tela brilhante presa ao rosto.
Além disso, o "ingresso" para os ambientes virtuais ainda são bem salgados: você precisa de óculos de realidade virtual, luvas de captura de movimento e acessórios extras para capturar expressões faciais, linguagem corporal e voz com naturalidade. Mesmo assim, a Microsoft pretende levar o Teams, o Edge e outros softwares para esse mundo digital.
Sempre otimista, a aposta de Bill Gates pode deixar muita gente animada, mas é pouco provável de se concretizar exatamente em razão dessa barreira de entrada. É possível que nos próximos 5 ou 10 anos as companhias consigam reduzir muitas delas, mas isso dependerá de ações coordenadas entre desenvolvedores de software e criadores de hardware para montagem em conjunto e barateamento dos acessórios.
Fonte: Canaltech