“A tecnologia que nos moverá de uma Economia de Ganância (Greed Economy) para uma Economia da Confiança (Trust Economy)”
Essa foi a melhor definição que vi de Blockchain até agora: “A tecnologia que nos moverá de uma Economia da Ganância (Greed Economy) para uma Economia da Confiança (Trust Economy)”. Instalando as bases para para uma troca Global entre os que criam algo e os que necessitam daquilo, sem intermediários, removendo assim as superficialidades econômicas daqueles que só intermediam e nada criam. Em conexão com A.I. e automatização, essas tecnologias permitirão o nascer de uma economia onde as pessoas se envolvam em atividades que realmente gostem ou possuam talentos naturais, dando assim o melhor de si e recebendo o melhor de todos.
O termo criptografia não é recente, entretanto, a criptografia dentro de uma cadeia de blocos, que deu origem as criptomoedas só foi apresentado em larga escala ao mundo em 2009, como Blockchain. Os primeiros registros desse conceito surgiram em um texto acadêmico de Satoshi Nakamoto “Bitcoin: A Peer-to-Peer Electronic Cash System”. Nesse artigo encontramos os primeiros conceitos do protocolo de Blockchain associado ao uso da moeda criptográfica que funciona com um registro público, porém anônimo”.
O Atual Sistema Econômico Está em Colapso
O fato do Blockchain ter surgido em 2009 não foi mero acaso, o período é marcado pela sucessão da quebra de Wall Street que causou um grande recesso econômico mundial. A grande questão não foi apenas a quebra da bolsa de valor, mas a confirmação de que o atual sistema econômico está em colapso.
O que Satoshi fez foi instituir um protocolo tecnológico de transações, uma plataforma para que humanos troque com humanos com base em algo que usávamos a muito tempo atrás, quando a sociedade ainda era dividida por aldeias e grupos pequenos, a confiança. Ele consegue desenhar isso num protocolo tecnológico separado em blocos, impossível de ser hackeado. Mas antes de entendermos conceitualmente o significado de blockchain, é interessante entendermos histórica e filosoficamente como esse termo pode re significar nossas relações financeiras e de poder.
Durante alguns séculos o mundo foi governado por dois grandes sistemas: Socialismo/Comunismo, baseado nos estudos de Marx, embora sua implementação ficou aquém do que ele um dia havia idealizado, e o que deveria ser um modelo de poder para o e pelo povo, tornou-se poder de uma minoria, que capitaneava as riquezas para si. Ainda hoje esse sistema persiste em alguns países como China, Coréia, Vietnã e Cuba, mas para o restante do mundo ele deixa de existir, a partir da queda do muro de Berlim (89).
Assim como o Capitalismo de Adam Smith, que na prática também não teve êxito, Smith acreditava que o Livre Mercado faria que a riqueza fluísse em todos os lados beneficiados a todos; mas o que vemos na prática é que a riqueza do planeta está concentrada nas mãos de pouquíssimas pessoas (Segunda a Oxfam 1% da população detém 82% da riqueza global), além de levar à escassez os recursos naturais.
Há Riquezas Suficientes para Todos
Poderíamos passar horas analisando o que deu certo e errado em ambos os sistemas, mas se formos um pouco mais lógicos perceberemos que a variável que não funcionou na implementação de ambos os sistemas foi o humano. Os humanos que tomaram a frente das teorias não entenderam que há riquezas suficientes para todos, que não é necessário conduzir a maior parte da população exercendo uma força militar gigantesca, ou através de um consumismo exacerbado, que no mundo capitalista ficou conhecido como “cenouras”.
A partir do momento que a variável humana começa a evoluir tanto aqueles que estão na liderança, como aqueles que fazem parte da grande multidão, o manipular ou deixar manipular-se já não fará mais sentido. Os humanos começam a enxergar que eles, todos eles são criadores! Fazer as coisas mecanicamente simplesmente para alcançar algo que outros acham que eles precisam, já não fará mais sentido. E é nesse evoluir dos humanos que os sistemas que ainda hoje estão vigentes, de cenouras e/ou controle começam a ruir.
Da Economia da Ganância para a Economia da Confiança
Quando toda tecnologia associada a blockchain estiver completamente desenvolvida, passaremos a ter o poder que hoje pertence aos intermediários (os middle man). Os humanos voltarão a conectar – se num um a um, as relações serão confiáveis, transparentes e descentralizadas. Por exemplo com bitcoins (criptomoedas) faremos transações sem que haja necessidade de intermediários (bancos), cobrando taxas e valores abusivos para lidar com dinheiro que já é nosso.
Embora blockchain ainda esteja muito associado a transações financeiras devido as criptomoedas, sua tecnologia não se resume apenas a isso, recentemente a Kodak lançou uma plataforma onde os profissionais de fotografia poderão registrar seus trabalhos em blockchain. Sempre que alguém utilizar uma imagem, saberemos sua fonte e seu valor real. Um outro exemplo é da empresa Beer que vende diamantes utilizando a tecnologia de blockchain – ele dará a possibilidade de assegurar-se que a pedra preciosa provém de “fontes éticas, prevenindo a compra dos “diamantes de sangue” – diamantes extraídos nas zonas de guerra para financiar a violência em certas regiões do mundo.
Esses são alguns exemplos de algo que está apenas começando. Esse é o próximo grande movimento que nos conectará a uma rede global – uma rede de troca e criação. Por muito tempo fomos manipulados e controlados, mas isso só aconteceu porque alguém, ou um grupo subtraiu a Verdade, manipulando-a e não dando acesso a maioria dos humanos
É sobre isso que é Blockchain – é reestruturar o sistema do medo, da não verdade e da falta de confiança que nos levará da Economia da Ganância “Greed Economy” para a Economia da Confiança “Trust Economy”, conectando quem precisa com quem pode resolver, acabando com os intermediários que nada produzem.
Texto by Solange Luz & Ligia Zotini
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