Futurista fala sobre a importância de desenvolver nossa humanidade para tirar o melhor da tecnologia
“Nós já temos hoje tecnologia para resolver todos os problemas da humanidade. O que ainda não temos é humanidade”. A frase de efeito é de Ligia Zotini, futurista, pesquisadora e fundadora do ecossistema digital de educação Voicers, no palco do Mercado Livre Experience 2019, evento que reuniu no São Paulo Expo executivos de diferentes áreas para trocar informações sobre e-commerce, serviços financeiros, tecnologia e inovação.
Diferentemente do que se pode esperar das falas de um evento deste porte, o foco de Ligia não foram as novas tecnologias e possibilidades, mas a peça por trás delas. A especialista lembra a placa que uma sociedade vive um ponto de virada e, nesse momento, podemos seguir fortalecendo o lado controlador das tecnologias, que mais nos torna escravos do criadores, ou caracterizado por potencializar o fator humano e desenvolver o perfil conectado e libertador dessas ferramentas. Esse é o lado que nos faz pensar, por exemplo, em tratamentos para fobias a partir de Realidades Virtuais - e sim, isso já está sendo vendido com sucesso em casos como de medo de avião e o pavor de animais peçonhentos.
Mas como resgatar essa humanidade que tantas vezes parece ser anulada pelas máquinas? A resposta é simples, embora difícil de alcançar: autoconhecimento. Para Ligia, a geração que hoje capitaneia empresas e trabalha com novas tecnologias entrou em contato com um volume enorme de novas informações e, diante de tanta forma mental, precisa parar para se questionar e buscar entender quem é, o que espera desenvolver para o mundo e como quer ver sua empresa - ou melhor, sua plataforma, seu ecossistema - crescer.
“Nos próximos 20 anos, cada um terá de trazer para o mundo a sua melhor versão”, garante um palestrante. Para ela, só assim será possível realizar a transformação digital hoje tão buscada. “Eu posso comprar todas as tecnologias do mundo, mas se eu não sou capaz de fazer as perguntas certas para elas e entender como conectá-las, eu não vou transformar nada”, alerta.
Fonte: Época Negócios