Sim, Estas Galinhas estão no blockchain
Será que o frango que compra no supermercado tem uma vida agradável, fica livre e come grãos saudáveis? Se você é o tipo de pessoa que se importa, Carrefour SA tem a solução para você. Cada frango vendido pela marca Carrefur vem com histórico da ave. Isso graças às maravilhas do software blockchain. Tudo que você precisa fazer é digitalizar o rótulo com o seu smartphone para obter todos os detalhes.
Esta é a mesma tecnologia que serve como a espinha dorsal do Bitcoin e outras criptomoedas. O Carrefur uma das gigantes redes de hipermercados mundial, não está apenas tentando atrair apreciadores de alimentos. Ele quer fazer o que for possível para garantir que seus produtos não sejam contaminados. Esse movimento é parte de uma tendência da indústria que acredita que o blockchain pode melhorar a segurança alimentar.
Segurança e Saúde Alimentar com Blockchain
A Nestlé, a Dole Food , a Unilever e a Tyson Foods estão trabalhando com seu maior cliente, o Walmart. A Kroger e a JD.com , também aderiram à mesma plataforma blockchain construída pela International Business Machines Corp. Já o Carrefour desenvolveu seu próprio sistema.
“Não há dúvidas sobre isso, o blockchain fará pela rastreabilidade alimentar o que a Internet fez pela comunicação”, diz Frank Yiannas, vice-presidente de segurança e saúde alimentar da Walmart Inc.
Yiannas cita estimativas de que, para cada redução de 1% nas doenças transmitidas por alimentos nos EUA, a economia se beneficiaria com cerca de US $ 700 milhões do aumento da produtividade, graças à redução de doenças e menos dias perdidos no trabalho.
Adulteração dos Alimento: A Conta não Fecha!
Os defensores afirmam que a adoção da tecnologia ajudaria a reduzir a adulteração dos alimentos dos últimos anos: polpa de madeira misturada com queijo parmesão; carne de cavalo passada como carne picada e plástico misturado a nuggets de frango congelados…
Em 2008 na China, quando a melamina, um composto branco cristalino usado na produção de plásticos, foi adicionada ao leite diluído em água para aumentar seu teor de proteína. Pelo menos seis bebês morreram e quase 300.000 ficaram doentes depois de consumirem o leite alterado, o que provocou um enorme recall do produto.
Deixando de lado os perigos à saúde, tais interferências, custam à indústria de alimentos até US $ 49 bilhões por ano. Segundo a Grocery Manufacturers Association, a estimativa é que um décimo dos alimentos comprados nos EUA é adulterado.
Evitadndo o Desperdício
Reduzir o desperdício é outro objetivo. Os recalls contribuem para os 133 bilhões de libras de alimentos que, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA, são perdidos no país todos os anos. Isso representa 40% do suprimento de alimentos do país, diz o USDA.
Então, digamos que haja um surto de norovírus ou listeria associado ao espinafre no mercado local. O sistema atual pode exigir a retirada de grandes quantidades de espinafre de todo o país, porque é muito difícil identificar a origem dos alimentos contaminados. Com o blockchain, as redes de super mercados podem identificar rapidamente a fonte, reduzir para uma única região ou até mesmo um única fazenda.
Uma vez nas lojas, os dados de blockchain – combinados com sensores e modelos de computador – poderiam ajudar os comerciantes a avaliar melhor a vida útil dos produtos, de acordo com Donna Dillenberger, pesquisadora da IBM. Informações históricas, coletadas de sensores de temperatura na prateleira, poderiam ser executadas através de modelos preditivos para determinar a temperatura ideal.
Blockchain no Mar
Blockchain alcancará o mar também. O World Wildlife Fund está testando uma combinação de sensores de identificação por radiofreqüência e software blockchain para rastrear o transporte de atum a caminho do barco de pesca até a usina de processamento, segundo Bubba Cook, gerente do programa de atum do Pacífico central e ocidental. A ideia é desencorajar a introdução de peixes pescados ilegalmente.
Não será um sistema infalível, diz Cook, mas “blockchain oferece uma plataforma que torna práticas ilegais ou antiéticas infinitamente mais detectáveis do que as cadeias de suprimentos atualmente difusas e opacas”.
Escrito com a ajuda de Lydia Mulvany, Olga Kharif e Robert Williams do Bloomberg