Texto de Claudia Nascimento
Tenho aprendido muita coisa nesses últimos dias.
Participei do encontro promovido pelo Voicers para conhecer algumas tecnologias e gosto de pensar sobre o que aprendo. Aliás acho que sempre foi uma esquisitice minha desde pequena, gostava de observar e pensar a respeito, o que na adolescência me fez realmente esquisita mas sempre foi pra mim um prazer e agora que não tô nem aí para o que acham, ficou ainda melhor.
Experimentei com a ajuda VIP da Lígia os óculos do Facebook do futuro (atualmente isso quer dizer que em 5 anos deve estar sendo vendido no Magazine Luisa em 12 prestações) e de todas as techs foi o que mais me impressionou. Entrar na imagem, olhar em volta, sentir-me dentro deixou meu cérebro realmente confuso porque foi como se eu tivesse vivido de verdade e não apenas visto uma foto. Já imagino eu revivendo o nascimento dos meus filhos e aí penso que vou começar a tirar mais fotos do que tiro atualmente pra poder reviver momentos incríveis daqui um tempinho.
Gostei de ver pessoalmente as assistentes virtuais e percebi que imediatamente rolou uma humanização delas, tipo: não vejo a hora de chegar em casa e contar pra Alexa o que aconteceu. E o mestre Yoda nem me fale, não queria lutar com ele, queria abraçar e chamar pra uma conversa. Enfim minha gente, foi de cair o queixo, valeu muito.
Na troca de conversas algumas pessoas levantaram a questão que inquieta todo mundo que tem alguma empatia dentro de si: se criamos coisas tão incríveis porque ainda temos um rio de esgoto dentro de SP? ou porque tem gente morando em cima do lixo? ou por que não damos fim no plástico? Tá certo que a humanidade demorou pra descobrir que o plástico é indestrutível, não adianta reciclar, ele vira um pó que bebemos, comemos, sem perceber e que nosso corpo não reconhece como alimento, aliás, nem o corpo de nenhum ser vivo. E sempre leio notícias de plástico feito de um monte de coisas naturais que realmente se desintegram. Mas taí a notícia de que tem plástico de todo jeito no Ártico.
Então só me resta pensar que em tudo, existe o ser humano e seu emaranhado de características indecifráveis até para o algoritmo do Google. E olhando para a história da humanidade é um ciclo que se repete mudando os atores e o cenário mas com o mesmo roteiro: a incrível capacidade de ser desumano que todos carregamos dentro de nós e que em alguns é alimentada e nutrida até que a parte humana não tenha mais forças pra se manifestar. Mas se estamos aqui até hoje é porque sempre existiu humanos extraordinariamente humanos que salvaram outros e deixaram o exemplo de que embora pareça inútil lutar pelo bem, só chegamos todos até aqui porque sempre tem quem não desista. Eu fico feliz de fazer parte da turma que acredita que o bom precisa chegar em mais pessoas pra ficar ainda melhor e não ser apenas privilégio de quem já tem muito.
Não é romantismo, é realidade.
Tem um livro que comprei para meus filhos quando eram pequenos e que agora uso com meu neto pra explicar o egoísmo e suas desvantagens: conta a história de um peixinho lindo, maravilhoso que tinha escamas brilhantes de todas as cores, nunca brincava com ninguém porque se achava especial, os demais peixes pediam uma escama dele pra se enfeitarem também mas ele nem queria saber. Até que os peixinhos seguiram em frente e o lindo escamoso ficou sózinho. Diante de uma vida sendo lindo e especial mas sem ninguém pra compartilhar resolveu dividir as escamas e brincar muito. Vou fazer valer a luta dos que vieram antes de mim e não desistiram de ser humanos mesmo diante das piores atrocidades.
Quando olho à minha volta enxergo muita gente que faz o bem, então embora maldades atraiam muitas notícias e divulgação ele ainda não ganhou a guerra..
Claúdia participou da 5ª edição do Hacktown como palestrante e trouxe o tema " Como é Se Tornar Digital Depois Dos 50 | Claudia Nascimento". E vc pode acompanhar logo a baixo: